Eis uma escada de concreto que leva a um ponto de ônibus. Escolho um dos longos degraus e me acomodo.
Lembro-me de, há cinco ou seis anos, estar sentado, se não nesse exato canto, em outro, próximo ao local onde me vejo nesse instante.
Era, provavelmente, maio, à ocasião desse (a)caso. Eu estava de certa forma cansado devido à rotina de estudos que seguia naquele tempo. Era fim de tarde e, como hoje, o Sol voava reluzente rumo ao horizonte. Meus sonhos pareciam tão distantes que eu tinha a impressão de que nunca os alcançaria.
Tenho agora, nesse mesmo lugar, sonhos outros. Em comum com aquela época, a vontade de ganhar o mundo. Estou igualmente sentado, cansado, enquanto carros e ônibus passam.
No momento em que alguém desce essa escada, penso que, a exemplo de outrora, meus anseios apontam para o que desconheço.
Devo, assim, levantar-me. Coloco a mochila nas costas e desço essa via, para, daqui a cinco ou seis anos, voltar a sentar-me em uma dessas placas de cimento, a fim de pensar nos planos que nunca terão se tornado fato, a não ser em meus pensamentos.
Além disso, uma vez mais, dar-me-ei conta da imensidão de direções que eu poderia ter tomado, mas que, sem razão de ser, nunca chegaram perto de começar pelo próximo degrau desse caminho à minha frente.
O Circular está a passar. Apresso-me, pois.

Arthur Meibak

0 comentários:


Arthur Meibak

Sobre este blog

Sei da eterna necessidade de questionar. Aqui isso se dá, obviamente, sob a ótica dos meus olhos. O resultado são linhas que versam a respeito do que vivencio. É, pois, a crônica dos meus dias, que possui inegavelmente um viés, fruto do que sinto e do que vejo.

Minha lista de blogs

Seguidores