Em meio a alguns livros, eu junto planos e saudades. Minhas vontades, a partir de logo cedo, são de eu ser o melhor que posso. Respiro fundo e abro caminho rumo ao que eu ainda não sei.
É tempo de libertação e de entrega, tempo de exceção. Estes são dias em que eu miro os olhos da vida e a contemplo. Percebo comovido o fato de que é impossível impedir seu fluxo. O que faço então é acompanhar esse movimento de idas e vindas, de chegadas e de partidas. Vou me acostumando a não me habituar.
Fui traído pelas minhas certezas algumas vezes. Imaginei que a minha entrega seria o suficiente para eu vivenciar a sinceridade de relações verdadeiras, e para eu não me machucar. Justamente nesse ponto eu me desiludi. Eu me enganei ao pensar que a realidade pudesse ser reflexo da utopia que são minhas vontades. Em outras palavras, eu me enganei ao idealizar meus pares, querendo deles o que não se pode ter: Cumplicidade irrestrita.
A vida não é óbvia, nem são óbvias as pessoas que fazem ou fizeram parte do meu cotidiano. Os juízos de valor que eu tanto fiz são simplesmente ridículos. Ninguém é tão superficial a ponto de se resumir entre dualidades simples. As pessoas são muito mais do que boas ou más, belas ou feias. Obviamente são mais do que classes, crenças, ou cores. O Homem vai muito além do que a minha compreensão pode alcançar, por sinal.
Em posse dessa consciência, estou abrindo mais uma vez meus braços para o brilho e para a violência da vida, para a sua intensidade. Eu me atiro, como sempre, de corpo e alma. Mais do que isso, minha fé nas pessoas ainda é sincera, apesar de não mais incondicional. A consequência dela é o fato de eu estar pronto para ir embora quando for preciso. Estou pronto para chegar. Estou pronto para partir.
Não se trata de um começo. Não se trata de um final.
Tudo nessa vida é passagem.

Arthur Meibak


Arthur Meibak

Sobre este blog

Sei da eterna necessidade de questionar. Aqui isso se dá, obviamente, sob a ótica dos meus olhos. O resultado são linhas que versam a respeito do que vivencio. É, pois, a crônica dos meus dias, que possui inegavelmente um viés, fruto do que sinto e do que vejo.

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