Quando eu era criança,
Adorava cirandar.
Dizia: Vamos brincar de ciranda?
Armem a roda. Vamos todos rodar.
*

O quanto amei e o quanto eu amarei? Não. É impossível conhecer a medida verdadeira dos meus sentimentos e sensações. Posso até guardar o tempo que cada uma das eternidades da minha vida durou, mas não o quanto elas de fato foram eternas, em mim.
Eu me apaixonei tantas vezes... cada olhar e sorriso, únicos, ahh. Meus amores duram enquanto o ônibus passa entre as estações de seu itinerário, até que as “minhas” meninas desçam uma a uma, ponto a ponto, que teimam em sempre chegar. A contrapartida é a gente que embarca a cada parada.
Já fiz juras de amor eterno. Menti! Gritei aos quatro cantos do mundo minha vontade de parar tudo, de congelar os bons sentimentos, para eles nunca irem embora. Deixo-os - que escapem entre os meus dedos. Assim, novos suspiros ganham razão de ser no meu peito.
Hoje eu juraria o amor do instante, com toda a sua intensidade. Essa seria a jura mais sincera que eu poderia fazer. Ou ainda, deixo todas as promessas de lado - elas de nada servem. Eu quero o amor que chega sem pressa e vai embora sem avisar. Não preciso de um contrato assinado como garantia de amor sem fim.
Meu destino não pertence a ninguém, tampouco foi escrito previamente. Minhas escolhas guiaram meus passos até aqui. Meus erros e acertos. O que hoje forma meu ser. Não quero pensar o mundo daqui a um ano, ou a seis meses. Eu quero tudo agora. Minha felicidade merece não ficar marcada para o dia que ainda não chegou. Minha alegria deve ser o meio, e não o fim, no fim das contas.
Eu não tenho medo de me machucar, de machucar. Eu conheço o desamparo. Minha coragem decorrre desse fato. Sim, todo grande amor só é bem grande se for triste, caro Vinicius. É a tristeza do fim que carrega a magnitude da vida antes vivida, dos amparos, da existência de um porto seguro. Com o tempo, percebe-se a insegurança desse porto.
É exigência da vida a mudança. Reside aí a intensidade de tudo, indiferentemente do que as nossas voltas ao redor do Sol deveriam cronometrar, ou não.

*Cantiga popular
Arthur Meibak


Arthur Meibak

Sobre este blog

Sei da eterna necessidade de questionar. Aqui isso se dá, obviamente, sob a ótica dos meus olhos. O resultado são linhas que versam a respeito do que vivencio. É, pois, a crônica dos meus dias, que possui inegavelmente um viés, fruto do que sinto e do que vejo.

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