Eu me lembro nitidamente do que foi diferente, entre tudo. Torno a abrir alguns montes de livros escritos imaginariamente sob motivação das memórias minhas, como se fossem todas elas de hoje cedo. Tenho esse hábito, que, entre tantos lugares, toma-se por existente sempre que passo por alguns números da Avenida Paulista e paro, em meus dilúvios, em frente à catraca de alguma estação de metrô, pondo-me a esperar.
Teimo ao querer sentir passadas sensações uma vez mais. Que seja. Passado. Vejo-me desejando profundamente que o sábado fosse outro que não esse último. Sei de toda a falta que insisto em sentir, de toda a falta de reciprocidade. Como se tal fato fosse resultado de minhas escolhas e como se isso justificasse devaneios em que me vejo envolvido há cerca de quatro, cinco ou seis meses, ou anos.
Ouço, então: “Reaja!”. É deveras simples apropriar-se dessa expressão, em meio à segurança de um abraço conveniente (?), devo dizer. Um disparate! Revolto-me ao escutar isso, recorrendo a épocas em que minha presença fora relevante. Tenho, não obstante, consciência da importância inerente ao fato de reagir.
Vivencio cotidianamente a automação de meus atos, de minha vida. "Não se pode parar", diria outrem. Reagir é isso? Não me importo tanto com os sentimentos das pessoas. Abandono-as. Se faço isso, acredito que seja em prol de algo melhor, para mim, é óbvio. Liberação de serotonina em meu sistema nervoso central é minha razão de ser – patético.
Devo seguir, não? “Vivendo e aprendendo”? Estou farto desse cinismo. A hipocrisia que circunda minhas relações era tida como inimaginável, vidas atrás. Eis que o Sol deu uma volta completa ao redor do meu mundo. Com isso, passo a acreditar na solidão como irrefutável à vida, salvos breves momentos, inigualáveis, afinal.

Arthur Meibak

2 comentários:

"Sentir algo lendo as coisas que você escreve é fácil.Falar sobre elas nem tão fácil assim.Principalmente quando estamos acostumados a nos inspirar em pessoas que há tanto tempo se foram, ou que estão tão longe.
Sentir uma admiração extremamente forte por alguém que está tão perto é algo fantástico.Ter a chance de se espelhar então...
Felizes são aqueles que não vêem fronteiras para se expressar, igualmente felizes aqueles que presenciam a forma graciosa que você se expressa.
Obrigado por me inspitar a escrever minhas próprias linhas..."
***new perspective***

A gente tem que aprender a ser inteiros sozinhos. E nao que essa tarefa seja fácil, muito pelo contrário. Acho que o título do seu post já diz tudo: PRECISAMOS reagir!


Arthur Meibak

Sobre este blog

Sei da eterna necessidade de questionar. Aqui isso se dá, obviamente, sob a ótica dos meus olhos. O resultado são linhas que versam a respeito do que vivencio. É, pois, a crônica dos meus dias, que possui inegavelmente um viés, fruto do que sinto e do que vejo.

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