Sobra falta em mim. Desde a mais distante lembrança que tenho, recordo-me desse vazio. É como se, independentemente do que eu fizesse, essa sensação continuasse a existir.
Vivo tentando suprir essa ausência, sem saber o que, de fato, falta. Tenho passado minha existência anotando meus planos e meus objetivos, sem, contudo, dar-me conta de que minha felicidade está sempre marcada para amanhã, ou depois. Conto mais de vinte anos sem que eu me visse satisfeito, a desejar o próximo passo rumo à plenitude, que nunca chega.
Minha vida é sempre o dia seguinte, a hora que ainda não chegou. São os anos que tenho gastado, esperando por qualquer que seja a mão capaz de me salvar do abismo que eu desconheço, apesar de saber o número de palmos que contam seu tamanho.
Eu não vivo em paz, sozinho. Não sei dizer que me vejo afetado por coisas pequenas aos olhos do cotidiano. Vivo perdendo minhas horas com inutilidades, sob a óptica da minha existência, que, por sinal, vive encontrando embaraço à fé que tenho quanto às cousas da vida. A certeza que levo comigo quando acordo não costuma ser a mesma que me guia quando vou dormir. Nau sem direção, guiada por mapas e bússola que levam a caminhos antagônicos, é o que sou. Já não tenho os mesmos anseios que tinha duas horas atrás. O dia é incerto, ou não.
Sempre vai faltar uma parte, mesmo quando eu acreditar ter descoberto a solução de tal desigualdade. Parece-me. Não tem bula meu remédio*.

*O Teatro Mágico
Arthur Meibak

4 comentários:

AHH, muito obrigado :)
também gooooostei muuuito do seu *o*
adorei o post :D

Bgs**

Sei bem como eh essa busca sem encontro... Esse caminhar incerto. Eu sei bem o que voce sentia ao escrever isso.

obrigada pelo comentário no meu blog!
o seu também é muito legal, tem um visual bonito
E esta postagem está muito bem escrita :)

bjsss

Este comentário foi removido pelo autor.

Arthur Meibak

Sobre este blog

Sei da eterna necessidade de questionar. Aqui isso se dá, obviamente, sob a ótica dos meus olhos. O resultado são linhas que versam a respeito do que vivencio. É, pois, a crônica dos meus dias, que possui inegavelmente um viés, fruto do que sinto e do que vejo.

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