Afastamento. Tenho pensado nessa característica aparentemente intrínseca à minha pessoa.
Escuto, ao fundo, palavras sobre certo enfoque teórico. O construtivismo à esquerda e a idéia de distanciamento no centro.
Trata-se, imagino, de um mecanismo de defesa. Deve ser isso.
Confesso aqui que, a exemplo do que acontecia em meados de tempos outros, tenho passado boa parte das horas pensando em alguém. Assim, afasto-me. Reação à dor que tem me acometido ultimamente. Sinto vontade de desaparecer para o que já não existe, uma vez mais.
Posto isso, teimo em, por vezes, imaginar que ela está na frente da FEA, parada, casualmente vestida, esperando minha saída, a fim de me presentear com um beijo e um sorriso.
Eu me afasto, pois. Vou-me embora. Volto de Pasárgada e torno a escutar coisas sobre teóricos construtivistas tais quais Wendt e Onuf. Sinto certo pesar. Respiro um ar carregado com sentimentos distintos acerca do que houve em minha vida até o momento em que entrei nessa sala e comecei a rabiscar essas palavras.
Fui, em instantes diversos, a pessoa mais feliz desse mundo. Sinto-me, em contrapartida, romanticamente desamparado. Vejo-me acometido por um desassossego, contudo, desprovido de caráter trágico, por mais que eu, aparentemente, trace tais cores nessas linhas.
Quero paz. Afasto-me, então.
São três horas da tarde, enfim.
Arthur Meibak
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Arthur Meibak
1 comentários:
Adorei teu blog, estas de parabéns!
Conheci teu blog hoje, adorei!
Sempre que der darei uma passadinha por aqui.
Bjo
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